27.10.10

cada um tem as suas prioridades!

e, ao invés do agradável comer, orar, amar, tenho que resignar-me ao monocromático

comer, dormir, estudar.

ai que chatice.

16.10.10

tinta e papel

achei que precisava de alguma cor aqui no pequeno livro de esboços. Até agora tem sido sempre preto e branco, sépia e ocre. Mas apeteceu-me mudar um bocadito, e feita maluca, cá vai disto, espetei aqui uma das imagens mais coloridas que encontrei. O que quer dizer alguma coisa, se não sabem ficam a saber, é o meu subconsciente a passar-me alguma mensagem. O problema normalmente é descobrir o quê, já todos sabemos que os subconscientes acham que somos sempre mais inteligentes e perpicazes do que na realidade somos - por isso entendê-los torna-se, se não impossível, pelo menos muito complicado.
por isso resolvi mostrar um bonito forte de lápis de pastel, lápis de cera se quiserem ser menos específicos. É relativamente divertido empilhar lápis coloridos numa sequência gráfica tentadora à vista, digo-o por experiência própria. E, à força de muitas horas passadas a empilhar lápis, devo dizer que este indivíduo (será inapropriado chamar-lhe senhor ou senhora, o neutro é mais eficaz) não fez um trabalho particularmente interessante, embora não me caiba a mim julgar isso, gostos são gostos e gostos não se discutem e ponto final

o que realmente importa é que as minhas horas a empilhar lápis ocorriam quando estava sentada à secretária, rodeada de pequenas barrinhas coloridas, um dedo de cada cor e a palma da mão uma mistura de aspecto nojento e duvidoso. E o que me preocupa não é o facto de isso prejudicar bastante a minha imagem aprumadinha, mas o facto de não ser capaz de fazer isso presentemente. O facto de ter mais de 80 cores deficientemente exploradas na gaveta do móvel e não conseguir dar-lhes um uso. Só isso, um uso.

Talvez deva voltar a empilhá-los.
Talvez deva simplesmente sujar as mãos.

Mas, em qualquer um dos casos, é preocupante que esta epidemia de Colorofobia tenha vindo para ficar. Quando perdemos uma das nossas cores, corremos o risco de deixar o fortezinho engraçado desmoronar-se. E os lápis de pastel são frágeis.

12.10.10

my raspberry monster

when a meal becomes a funny adventure...
















...you may discover you have a great imagination...

 ...or that you've lost your sanity.



BUT,

 
either way...









...the raspberry monster is still alive.

10.10.10

(...)









(...)

estou a publicar só pelo prazer de ver aparecer no início a data 10.10.10.

9.10.10











parece que a migração começou mais cedo, e resolveu passar pelo meu caderno de matemática - encontrando-me obviamente muito concentrada no meu trabalho.

8.10.10

Viva a lógica formal.

1ª Premissa -Os colares não conseguem tomar decisões.
2ª Premissa -Quem tenta tomar decisões com base no número de contas de um colar é idiota.
Conclusão - Logo, eu sou idiota -  mas não tanto como o colar que me enganou.


lógico ou não?

5.10.10

quando as pessoas nascem, há logo uma determinada pressão para que elas façam algo. Ambicionem, procurem, lutem por aquilo que querem. E, apesar de ser pouco praticado, o sonho é um valor fundamental nos nossos dias, e quem não os possui é considerado leviano e pouco responsável.
por isso, para todos os efeitos, existem pelo menos dois tipos de pessoas: as que sonham e aquelas que pressionam. e nada disso é mau, é apenas tremendamente divertido - o facto de alguém querer uma coisa ainda mais que nós próprios é, além de motivante, extremamente refrescante. dá-nos a sensação de que, no fim, todos os esforços e dedicações a que nos prestámos, ainda que deficientemente recompensados na altura, valeram a pena. e isso é bom.
agora, quando por acaso essa motivação deixa de se demonstrar, quando os nossos desejos não se cumprem, quando o nosso "cenário ideal" se apaga por alguma razão, somos atirados para a realidade de muitas formas, de tal maneira que não nos sentimos impotentes, incapazes, mas apenas um bocadinho mais vazios. claro está que, durante o processo de crescimento, percebemos que ninguém pode fazer nada por nós, e que todo o apoio que nos dão vale nada quando comparado com o trabalho que temos de empenhar para que tudo aconteça como queremos. mas isso é a teoria - e, na prática, sentimos de maneira muito diferente.
assim, quando uma luzinha se apaga no nosso caminho, nós não pensamos que é o fim do mundo - apenas que estamos, se não sozinhos, apenas um bocadito mais sós do que antes. isso também não é mau.

e, já que falamos em lutas e ambições, vale a pena também reforçar que para ser importante não é necessariamente preciso ser bom. ser bom é agradável, amistoso, sociável, leva a que todas as pessoas nos recordem por coisas que são comummente  aceites em toda a sociedade como valores fundamentais. mas para ser importante para alguém não é preciso ser uma boa pessoa - basta ter um atractivo. E quando alguém luta com muita força, quando sonha mais para outros do que para si próprio, quando eleva a cismação  e a vontade própria a um nível que arranha a teimosia e a firmeza... isso é importante para mim.

1.10.10

pontas soltas.

admito. sou uma viciada.

viciada, acima de tudo, em palcos. A sensação de estar fora de quatro paredes, de ver filas e filas de cadeiras que, para todos os efeitos, não são cadeiras, mas pessoas. pessoas cujos horizontes são totalmente diferentes, cujas vidas são totalmente opostas e que, no entanto, têm por único objectivo ficar ali, sentadas, a ver tudo o que faço e a analisar cada espasmo que os meus músculos façam.
viciada, além disso, nos bastidores, nos segundos antes de cada actuação, na espera e na excitação que isso produz em cada um de nós. viciada também em música, luzes, em aplausos, em agradecimentos.
Podemos tentar negar isso, ignorar, deixar para trás. Mas não podemos esquecer-nos, porque é, para todos os efeitos, parte integrante de nós, ou não?

a dança não é o mundo cor-de-rosa a que nos habituaram.
e, por isso, a única coisa que podemos fazer é esperar que a nossa vontade de dançar por aí não seja nunca abalada pelas dificuldade que isso nos traz.
ou será o fim.